Esses dias, minha mãe me contou sobre uma frase que ela tinha ouvido ou lido em algum lugar:
“A raiva é um veneno que a gente toma esperando que o outro morra.”
Gostei muito dela. Ela me foi muito explicativa, sobre esse sentimento tão comungado no nosso dia a dia. Muitos clientes me perguntam sobre a expressão da raiva nas sessões terapêuticas. E muitas vezes, duvidam se ela é legítima.
Para isso, resolvi retomar um trecho de John Pierrakos, quando ele escreve sobre a repressão dos sentimentos.
“As instituições humanas tendem a atacar a emoção positiva que vem da Essência porque percebem esse movimento como contrário a seus interesses. Pela mesma razão, e com maior veemência, resistem contra as emoções expressas nos chamados sentimentos negativos – raiva, ódio, impulso de destruição. Digo ‘chamados’ porque ‘negativo’ implicaria o fato desses sentimentos serem vazios de vida ou antagônicos a ela. Isso não é verdade, pois são o segundo nível de nossa realidade interior, e realidade não pode ser antivida.
Essa família de sentimentos constitui expressões de vida, como parte de sua dualidade, e não escapes repreensíveis. Canalizam uma enorme quantidade de movimento. Se os fechamos, brecamos nossos processos criativos, brecamos nosso crescimento. Nossa energia se acumula e nossa pessoa se estagna, como um carro parado na estrada faz com que todos os outros também parem. As emoções negativas não estão ‘erradas’ em si mesmas; são funções preciosas da pessoa, quando são aceitas. A raiva, por exemplo, é a reação que ocorre quando a Essência é comprimida, pela humilhação ou pela escravidão. É uma coisa bonita ver a raiva irromper livremente em defesa do indivíduo, contra a opressão.”